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quarta-feira, 11 de julho de 2012

Emergências Químicas e Informações de Produtos Perigosos


Manuais, orientações, assistências toxicológicas, consultas online, sinalização de Segurança

Pró Química
O Pró-Química é um sistema de informações e comunicações
desenvolvido pela ABIQUIM, em operação desde 1989, com o
 objetivo de fornecer, via telefone, orientações de natureza
técnica em caso de emergências com produtos químicos,

além de estabelecer contato com o fabricante, transportador e entidades públicas e privadas que
 devem ser acionadas em ocorrências dessa natureza.
   A Central de Informações opera ininterruptamente 24 horas por dia, inclusive
nos sábados, domingos e feriados, recebendo os chamados pelo
telefone 0800 11 8270 (Discagem Direta Gratuita) de qualquer parte do território
nacional, sempre que ocorrer uma situação claramente emergencial envolvendo
 produtos químicos, tanto durante o transporte como em locais fixos.
   

CEATOX
Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas da Universidade
de São Paulo. O CEATOX fica no Instituto da Criança, parte do Complexo
HC-FMUSP. Ele se destina a fornecer informações toxicológicas a médicos
 a à população em geral.
O atendimento é gratuito e é feito pelo telefone (11) 3069 8571 e
  pelo fax (11) 3069 8800. Funciona 24 horas, todos os dias.
   

Consulta On-line
CETESB - Manual de Emergência On Line
Sistema desenvolvido pela Cetesb, Consulte on line as fichas de emergência de alguns
 produtos perigosos em português.



ERG - Emergency Response Guidebook
Confira e consulte a última versão do guia americano para Atendimento Emergencia
l a Produtos Perigosos.



NIOSH - Pocket Guide to Chemical Hazards
Sistema de busca das características fisico químicas dos Produtos Perigosos
desenvolvido pela National Institute for Occupational Safety and Health dos EUA.

Siglas do Guia NIOSH em Português


ABS - Absorção através da pele
Bp - Ponto de Ebulição a 1 atm
CON - Contato com a pele ou olhos
FLP - Ponto de Inflamação
IDLH - Limite Imediatamente Letal a Saúde
ING - Ingestão
IP - Potencial de Ionização (eletron / volts)
LEL - Limite Inferior de Explosividade
LIQ - Líquido
MLT - Ponto de Fusão para Sólidos
MW - Peso Molecular
NH - Inalação
R Gas. D -  Densidade do Gás
SOL - Sólido
Sol - Solubilidade em água a 20ºC
SOLU - Solução
Sp. Gr - Gravidade Específica (Densidade do Líquido)
TWA - Limite máximo de jornada de trabalho
UEL - Limite Superior de Explosividade
VP - Pressão de Vapor a 20ºC
NA - Não Aplicável
ND - Não Determinado




Chemical Hazards Response Information System (CHRIS)
Este Software foi desenvolvido pela guarda costeira americana no qual o usuário pode
 localizar qualquer produto químico de diversas formas como: odor, cor do produto ou
 do gás, estado físico, número ONU, número CAS, entre outros.

Risco Químico

    Os riscos apresentados pelos produtos químicos dependem de sua reatividade
Não é possível estabelecer uma regra geral que garanta a segurança no 
manuseio de todas as substâncias químicas. É necessária uma avaliação
considerando não só as características físico-químicas, a reatividade e a
toxicidade, como também as condições de manipulação, as possibilidades
de exposição do trabalhador e as vias de penetração no organismo. Além 
disso, tem-se que considerar a disposição final do produto químico, sob a forma 
de resíduo, e os impactos que pode causar no meio ambiente.

                                 Riscos de natureza físico-química
   Os produtos químicos podem reagir de forma violenta com outra substância
química, inclusive com o oxigênio do ar ou com a água, produzindo fenômenos 
físicos tais como calor, combustão ou explosão, ou então produzindo uma
substância tóxica.
   Na avaliação dos riscos devidos à natureza física, devemos considerar os
parâmetros de difusão (pressão saturada de vapor e densidade de vapor) e os
parâmetros de inflamabilidade (limites de explosividade, ponto de fulgor e ponto
de auto-ignição).
   As reações químicas perigosas tanto podem ocorrer de forma exotérmica quanto
podem provocar a liberação de produtos perigosos, fenômenos que muitas vezes 
ocorrem simultaneamente. Para prevenir os riscos devido à natureza química dos
produtos, devemos conhecer a lista de substâncias químicas incompatíveis de uso
corrente em laboratórios a fim de observar cuidados na estocagem, manipulação e 
descarte.


Exemplos de substâncias químicas incompatíveis



Substância Incompatibilidade Reação
Ácidos minerais fortes
Bases fortes
Cianetos
Hipoclorito de sódio
Neutralização exotérmica
Liberação de gás cianídrico
Liberação de cloro
Àcido nítricoMatéria orgânica Oxidação violenta
Oxidação violentaMatéria orgânica
Metais
Oxidação
Decomposição



Riscos tóxicos
A toxicidade é a capacidade inerente de uma substância em produzir efeitos nocivos num organismo vivo ou ecossistema. O risco tóxico é a probabilidade que o efeito nocivo, ou efeito tóxico, ocorra em função das condições de utilização da substância. O risco tóxico associado a uma substância química depende de algumas variáveis: propriedades físico-químicas, vias de penetração no organismo, dose, alvos biológicos, capacidade metabólica de eliminação e efeitos sinergísticos com outros agressores de natureza diversa (física, química ou psíquica).
Não há uma classificação única dos riscos tóxicos que contemple e esgote todos produtos químicos.
Podemos classificá-los, em função do alvo, como produtos de toxicidade específica ou não específica: relativa ao nível do alvo molecular (por exemplo, uma ligação reversível ou não com uma molécula de ADN) ou relativa à grande reatividade, deteriorando indistintamente as estruturas vivas com as quais entre em contato (por exemplo, os corrosivos).
Também podem ser classificados, em função do mecanismo de ação, como tóxicos diretos ou indiretos. No primeiro grupo estão aquelas substâncias que agem sobre os alvos biológicos sem ativação metabólica, como os corrosivos ou os agentes alquilantes. E, no segundo, os compostos que afetam as estruturas ou as funções celulares somente após a ativação metabólica pelos sistemas enzimático ou hospedeiro.
Algumas substâncias podem ser agrupadas pela sua natureza, como os solventes orgânicos, que devido às suas características físico-químicas, facilidade de difusão, baixo ponto de fulgor, etc., são facilmente penetráveis no organismo pela via respiratória. Ou então os metais, como o cromo hexavalente, comprovadamente cancerígeno, e o mercúrio, neurotóxico importante.
A classificação também pode ser feita pelo efeito nocivo que o produto acarreta no organismo: anestésico, irritante, asfixiante, mutagênico, teratogênico, etc.

Sinalização de segurança




No Brasil, a simbologia de risco está normatizada pela ABNT, NBR 7.500,
 e é a mesma adotada pela ONU em convenção internacional da qual o país
 é signatário.

Cuidados na utilização de produtos químicos
 A primeira regra é básica para qualquer trabalho em laboratório: nunca:
comer, beber, fumar ou aplicar cosméticos durante a manipulação de 
substâncias químicas. Nunca se deve pipetá-las substâncias químicas 
com a boca, nem tentar identificá-las através do olfato.Ao se trabalhar
pela primeira vez com uma substância, devemos nos familiarizar com
as suas características através de leitura da literatura a respeito. Para
tanto, devemos exigir do fornecedor a ficha de segurança do produto
contendo dados sobre: identificação do produto e da empresa fornece
dora ou fabricante; identificação de danos à saúde e ao ambiente; me
didas de primeiros socorros; medidas de combate a incêndios; 
medidas a serem tomadas em caso de derramamento acidental ou
 vazamento; manuseio e armazenagem; propriedades físico-químicas;
 informações toxicológicas; informações ambientais; etc. Esta exigên
cia encontra respaldo legal no Código de Defesa do Consumidor, que
assegura no seu artigo sexto os direitos básicos do consumidor, 
dentre eles a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos
 provocados por práticas no fornecimento de produtos considerados
 perigosos ou nocivos, e a informação adequada e clara sobre os
 diferentes produtos com especificação correta de quantidade, 
características, composição e qualidade, bem como sobre os 
riscos que apresentem. Determina, no artigo oitavo, que os produtos
 colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde
 ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais
 e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se 
os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar informações 
necessárias e adequadas a seu respeito, e o fabricante a prestar 
as informações que devam acompanhar o produto.
Os locais de armazenagem devem ser adequadamente ventilados.
 Todas as substâncias devem ser rotuladas, inclusive os resíduos
segregados para descarte apropriado. As substâncias incompatíveis
 não devem ser armazenadas juntas. Os produtos muito tóxicos devem
 ser guardados em armários fechados ou em locais que sejam de acesso 
restrito.
   Para prevenir reações entre produtos químicos, devemos observar
 para que não ocorram misturas entre substâncias incompatíveis
 na lavagem de vidrarias ou durante a segregação de resíduos para descarte.

Gerenciamento de resíduos químicos
  Um dos grandes problemas ambientais no mundo do hoje é o lançamento
 ao meio ambiente de produtos químicos perigosos de forma inadequada.
No Brasil, a Constituição estabelece responsabilidades às três esferas
 de governo: municipal, estadual e federal.
  Um dos órgãos nacionais com competência para regular o assunto é o
 Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA, que em 1993, 
através da Resolução 05/93, definiu procedimentos mínimos para o 
gerenciamento de resíduos sólidos dos serviços de saúde, dividindo-os em

 quatro grandes grupos:

Grupo A - resíduos biológicos;

Grupo B - resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e
 ao meio ambiente devido às suas características químicas, aí se
 incluindo as drogas quimioterápicas e os produtos por elas 
contaminados; os resíduos farmacêuticos (medicamentos 
vencidos, contaminados, interditados ou não utilizados); e demais
 produtos considerados perigosos de acordo com a NBR 10.004.

Grupo C - rejeitos radioativos; e

Grupo D - resíduos comuns.

  A NBR 10.004 classifica como perigosos os resíduos químicos
 que pelas suas características de inflamabilidade, reatividade, 
corrosividade ou toxicidade podem apresentar risco à saúde 
pública, provocando ou contribuindo para um aumento de 
mortalidade ou incidência de doenças e/ou efeitos adversos
 ao meio ambiente, quando manuseados ou dispostos de forma
 perigosa.Assim, todo o estabelecimento de saúde, deve 
estabelecer um sistema de gerenciamento de resíduos para,
 entre outros, submeter os resíduos do tipo B da instrução 
do CONAMA a tratamento e disposição final específicos, segundo
 exigências do órgão ambiental competente.
Um sistema de gerenciamento de resíduos deve abordar, no mínimo
, os seguintes itens:
1. Identificação dos resíduos produzidos e seus efeitos na saúde e no ambiente;
2. Levantamento sobre o sistema e disposição final para os resíduos;
3. Estabelecimento de uma classificação dos resíduos segundo uma tipologia
 clara, que seja conhecida por todos;
4. Estabelecimento de normas e responsabilidades na gestão e eliminação dos resíduos;
5. Estudo de formas de redução dos resíduos produzidos;
6. Utilização, de forma efetiva, dos meios de tratamento disponíveis.


Bibliografia sobre o assunto

ABNT. NBR 7500 - Símbolos de risco e manuseio para o transporte e
 armazenamento de materiais..
ABNT. NBR 10004 - Resíduos sólidos. Rio de Janeiro: Associação
 Brasileira de Normas Técnicas, 1987.
SILVA FILHO, Armando Lopes. Segurança química: risco químico
 no meio ambiente de trabalho. São Paulo: LTr Editora Ltda, 1999.
BRASIL. Normas regulamentadoras do segurança e saúde no trabalho.
www.mtb.gov.br
MURANYI-KOVACS. Le risque chimique. Paris: Institut Nacional de la
 Santé et de la Recherche Médicale, 1992.
NATIONAL INSTITUTE FOR OCCUPATIONAL SAFETY AND HEATH.
www.cdc.gov/niosh/database.html
THE SMITH COLLEGE. Clarck Science Handbook
.www.science.smith.science.edu/safety


Fonte:
Eng. Valéria Michielin Vieira
valeria@dirac.fiocruz.br